segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Contos do Velho Roqueiro:A CASA MAL ASSOMBRADA

A CASA MAL ASSOMBRADA (POR DENIS MENDONÇA)

Mais um dia começa na Cidade de São Paulo. As pessoas acorda cedo, fazem sua rotina matinal de sempre, algumas pegam seus carros ou ônibus, para ir ao trabalho e levar seus filhos à escola. Wilson Mendes, mais conhecido pela galera por Billy, não é diferente. É só os primeiros raios de sol entrarem pela fresta da janela de seu quarto, para ele pular da cama, vestir-se, tomar seu café, ter sua primeira briga do dia com sua irmanzinha, Kelly de 9 anos, pegar seus livros, seu skate, dar um beijo em sua mãe e zarpar para a escola.
Billy é um garoto de 14 anos, normal como todos os outros de sua idade, gosta de jogar bola, ler revistas em quadrinhos, ouvir uma boa música e é apaixonado pela garota mais bonita da escola, Ana Elize.
Ana Elize é uma garota de 13 anos, olhos grandes, verdes, uma pele ávida e cândida, cabelos compridos, aloirados e encaracolados.
Só que havia um problema:

  • Oi! Ana Elize, cumprimenta Billy.

  • Minha mãe disse para não conversar com estranhos!!!! Responde rispidamente, Ana Elize!

Ela não vai com a cara dele, mas como todo bom otimista, ele acha que um dia isso vai mudar...
A Escola Estadual “Euraclydes Jordão” é enorme, tem cem salas de aula, um teatro, quatro pátios e duas quadras, sendo uma coberta e outra descoberta.
Billy caminha por entre os corredores gélidos da escola, até chegar ao pátio nº 02, onde encontra seus amigos; Daniel e Eduardo, ambos com 14 anos e um outro garoto, aparentando 13 anos de idade...

  • E aí rapaziada, cumé qui é? Pergunta Billy.
  • E aí Billy; Você já conhece o João, nosso novo colega de classe? Ele está afim de entrar para o nosso Clube, o Trumpe do Roque! Exclama Daniel.
  • Ah! É! Bem, ele já sabe sobre a iniciação? Pergunta Billy.
  • Iniciação??? Indaga João.


  • É , para entrar para o nosso clube, você precisa passar por um teste. Esclarece Eduardo.
  • Tudo bem, eu aceito qualquer teste, responde corajosamente e com firmeza, João.






Daniel e Eduardo, chamam Billy de lado...

  • O que você acha da “Casa Mal Assombrada”... perguntam Daniel e Eduardo à Billy.
  • Eu acho genial! Exclama Billy.
  • Então é isso João, hoje exatamente às 9:00 h da noite, nos encontraremos, na rua do Arvoredo e lá então, você terá a sua iniciação, explica Daniel.
  • Tá confirmado! Responde novamente com firmeza João.

Com tudo já confirmado, as horas vão passando, aulas de matemática, química, biologia, física, história e português, são digeridas pelos alunos, até a hora da saída.
O sinal toca, os alunos alvoroçados, saem em disparada, rumo ao portão, coisa que eles denominam estranhamente de “A hora da Liberdade”.
Daniel, Billy, João e Eduardo, chegam juntos ao portão.

  • Bem é isso... Ei, esperem um pouco, vou me despedir de Ana Elize, pede Billy.
  • É , ele é mesmo vidrado nela, afirma Eduardo.

Billy, segue pela multidão e grita...

  • Ei! Ana Elize...

Mas quando Ana Elize, vira seu belo rostinho, para ver quem a chamara, ela é bruscamente agarrada, por um cara, com uma meia de seda na cabeça e arrastada até um furgão, que aguardava em frente.
Naquele instante, passava um táxi, a reação de Billy é expontânea...

  • Ei! Táxi... táxi... grita Billy.

Junto com ele sobem Daniel, João e Eduardo. Billy dá a ordem...

  • Siga aquele furgão!
  • Puxa , eu sempre quis ouvir isso, excitadamente responde o taxista, um negro de dois metros de altura por quatro de largura.

O furgão roda, roda, roda e enquanto isso no táxi...








  • Posso perguntar, por quê crianças como vocês, estão seguindo um furgão??? E à propósito, meu nome é Jonas Mau, o taxista a seu dispor.
  • Nós não somos crianças! Exclama Daniel.
  • Cala a boca Daniel! Uns caras, naquele furgão, seqüestraram uma garota, responde Billy.

E no furgão...

  • Por que me seqüestraram??? Indaga Ana Elize.
  • Seu pai, nos deve muito dinheiro, agora chega de lero, lero, amordacem-na. Responde e ordena o chefe dos seqüestradores.

O furgão roda mais, até que entra numa esquina e pára, na garagem de uma casa numa certa rua chamada: rua do Arvoredo. O táxi pára a uns cinqüenta metros da casa...

  • Ei!, eles entraram na casa mal assombrada! Exclama Daniel.
  • V-Vocês , iam fazer minha iniciação aí, estremece João.

A casa era realmente de arrepiar, velha, sem vidros, escura e úmida.

  • Sim, mas esses caras invadiram a casa errada, afirma Eduardo.
  • Vamos detonar esses caras, grita Billy.
  • Nossos equipamentos de ilusão, estão por toda a parte da casa, esclarece Billy.
  • Bem se é assim... O taxista puxa uma AR-15 que se encontrava de baixo do banco.
  • Eu dou a retaguarda... oferece-se prontamente Jonas Mau.
  • Isso não vai dar certo... reclama João.
  • Entrando por uma porta secreta, os integrantes da Trumpe do Rock, chegam até a sala de máquinas...
  • Os seqüestradores, nunca iriam descobrir isto aqui! Exclama Daniel.

A sala de máquinas fica no porão da casa, a entrada é por fora da casa e coberta com grama artificial, lá também é a sede do Clube Trumpe do Rock, Billy, conseguiu, todo o equipamento numa companhia de cinema abandonada, seu pai, que é eletricista, consertou os equipamentos, que vão desde câmeras de TV até projetores de imagens, instalar tudo pela casa, foi a parte mais fácil.
E dentro da casa...

  • Ei pimenta, pega o celulá e liga pro pai da princesinha, peça um bônus bem gordo. Ordena o seqüestrador chefe.





Ana Elise amordaçada, só consegue chorar...
E na sala de máquinas...

  • Atenção, todos à seus postos.
  • Eduardo no monitor.
  • Daniel na projeção.
  • João, observe.
  • E eu, farei as vozes e cuidarei da iluminação. São apenas quatro seqüestradores, vai ser moleza, comenta Billy.

E dentro da casa...

  • Um barulho, lá em cima, vá vê o qui é Tuqui.
  • Falô.
Quando Tuqui, sobe as escadas, as luzes se apagam, cortinas se fecham... Tuqui começa a ficar assustado... Outro barulho é ouvido...

  • Ei Tuqui, o qui tá acontecendo, pergunta o chefe.

Tuqui entra no quarto, uma imagem fantasmagórica, com voz distorcida, começa a se formar.
Os seqüestradores, são analfabetos e totalmente impressionáveis. Tuqui apavorado, sai correndo, tropeça numa tábua, salta e rola escada abaixo, onde no final do percurso, perde os sentidos.
Na sala de máquinas...

  • Pegamos um!!!! Exclama João.

Dentro da casa, o chefe, manda Belo, ir investigar, enquanto ele e Pimenta, tomam conta de Ana Elize...
Quando Belo chega na frente da porta da sala, onde Tuqui está caído, um saco de areia cai sobre sua cabeça.

  • Foi uma boa idéia, colocar este saco de areia na altura da porta, não Billy?
  • Nunca mais duvido de você, Eduardo.
  • Só restaram dois.

Na casa...

  • Ei Pimenta, o Belo tá demorando muito, vai vê o qui...






De repente, uma imagem distorcida, irrompe o local... assustados o Chefe e Pimenta, atiram, quando de repente a janela é estilhaçada, Jonas Mau, irrompe pelos vidros quebrados e dá um chute nas costelas de Pimenta que cai gemendo de dor no chão e esbofeteia várias vezes o chefe, que cai no chão, sem sentidos, Ana Elize também desmaia, com a confusão.
Os integrantes da Trumpe do Rock, vibram com a vitória.
Logo depois a polícia é chamada, o caso explicado e os seqüestradores foram presos. Os pais de Ana Elize, estão mais felizes do que quando sua filha nasceu...

  • Filha, eu prometo, nunca mais vou jogar novamente. Diz o pai de Ana Elize.
  • É, acho que ser motorista de praça, não é tão entediante assim, desabafa Jonas Mau.
  • É mesmo, temos que pagar sua corrida. Afirma Billy.
  • Que nada meninos, valeu pela diversão e quando precisarem, me chamem, aqui está o meu cartão.
  • Valeu Jonas, agradece Billy.
  • E quanto à mim? Indaga João.
  • Você ... é o mais novo integrante da Trumpe. Respondem todos em coro.

Nisso Ana Elize, já mais calma, chega para agradecer Billy.

  • Obrigada Billy, “smack”, você foi meu herói.

Billy, enrubescido pelo beijo, desmaia, duramente no chão!
Todos caem na risada. Tudo voltou ao normal novamente.

FIM.




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