domingo, 22 de dezembro de 2013

AMOR E ÓDIO

AMOR E ÓDIO (DENIS MENDONÇA)

Eu vivo andando;
Sonhando;
Que estou amando;
Será que estou me enganando?
Talvez esteja me odiando!
Meu mundo, não encontrando;
Minha alma abandonando;
Matando...

Meus pulsos, cortando;
Meu sangue, escoando;
Como um rio que vai passando;
Vivo pensando;
Muitas vezes especulando;
Argumentando...
Porque no mundo existem mais pessoas...
Se odiando!
Em vez de estarem se amando?

O Amor é tão brando;
Que mesmo à todo vapor;
Queimando;
Acaba esfriando;
Depois congelando;
Rachando;
Por fim quebrando...
Como um copo que cai no chão...
Se espatifando.

O ser humano;
Quando muitas vezes, está acertando;
Acaba relaxando;
Se entediando;
Prefere ficar errando;
Seus pulsos cortando;
E do Amor se afastando;
Pela Morte, vai se apaixonando;
Que com rapidez, vem se aproximando;
Para sua alma, acabar levando;
Para no inferno; ficar queimando.

Ah! Quem me dera!
Ficar sonhando;
Mas em pesadelos;
Acabo desabando;
À mim, estou crucificando;
Pois, em ovos, estou pisando;
Um dia, em alguma pedra;
Acabarei tropeçando;
E o toque frio da Morte;
Na armadilha de meus devaneios, estúpidos;
Acabarei encontrando...

E flagelado, imóvel;
Ficarei escutando;
Aos poucos, meu coração parando;
Meu corpo, suando...
Meus olhos, “verei” fechando;
Uma pergunta, ao fundo ecoando;
Por que, minha vida, não continuei amando?

S. Paulo, 06/12/2000.






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