IGOR, o nômade (DENIS
MENDONÇA)
I
A Fera na Neve
Seus dentes eram
brilhantes;
Seus olhos cintilantes;
Sinto seu hálito forte
e acre;
Ele está sobre mim;
Sufocando meu peito
sobre a rocha;
Utilizo toda minha
força;
Consigo me virar;
As garras de suas
patas;
rasgam meus músculos.
Alcanço uma pedra,
acerto seu focinho;
A fera rosna, salivando
em minhas feridas.
É o tempo
necessário...alcanço minha espada!
É minha última
chance!
A Espada atravessa o
focinho da criatura;
A fera urra
ensurdecedoramente;
E tomba a meu lado.
Me levanto...a neve...a
neve é espessa...
Estou nú...o frio é
congelante...
Utilizo a espada e
corto o couro da fera.
Visto a carcaça do
monstro e sigo montanha acima...
II
As Entranhas da
Montanha
Igor, um bárbaro
nômade, sobrevivente do clã Cromante, Igor Cromante, tinha cabelos
castanhos, pele clara, olhos verdes, mãos crispadas, corpo moldado
pelo suor de inumeráveis batalhas, que levaram até o coração da
montanha!!!
A montanha é ingrime;
Estou cansando;
Vejo uma gruta.
A tempestade está
forte.
Sigo para as entranhas
da montanha!
Que hoje se torna minha
amada!
Me acolhendo como uma
prostituta em sua alcova!
Quando entro, dou
alguns passos...antes de desabar e apagar...
As trevas se fizeram
presentes!
Desperto horas, dias
depois, não sei ao certo.
Uso minha espada para
me levantar...minha visão...ainda turva.
Estou dias sem comer,
me sinto fraco!
Que cheiro é esse?
Sinto cheiro de carne
queimada...ouço gritos!
Adentro mais a
caverna...
Meus olhos se
acostumaram à escuridão.
Agora além de
gritos...escuto vozes!
Parece um cântico...um
cântico demoníaco!
Chego mais perto, a
caverna é extensa e profunda...chego a uma espécie de sacada!
E não acredito no que
meus olhos veem parece um ritual, homens pequeninos, com vestimentas
fantasiosas, máscaras...parece um ritual de sacrifício!
Sinto um vento atrás
de mim e as trevas se fazem presentes novamente...
III
O MONSTRO DO POÇO
Igor Cromante,
guerreiro nato, a curiosidade o deixou distraído...e ele sofreu as
consequências...
Abro meus olhos
devagar.
Sinto um cheiro
desagradável...de carne pútrida;
Ao meu redor ossos
humanos e corpos dilacerados...
Escuto um rosnado vindo
das sombras.
Estou
acorrentado...isso me deixa irritado.
Vejo aqueles olhos
vermelhos que me espreitam das sombras.
As correntes são
longas...consigo me levantar, ainda estou tonto;
Olho subitamente para
cima e vejo uma claridade iluminada por tochas;
Há vultos humanos ao
redor do que parecia ser o cume do buraco em que me encontrava.
De repente ele sai das
sombras!
Demônios do Inferno!
Um ser horripilante,
uma criatura produzida no inferno!
Uma mistura de símio
com lobo, com 2 metros de altura, sua face desfigurada de ódio;
Tinha dentes pontudos,
garras nas mãos e pés. A única coisa que nos tornava iguais é que
a criatura também estava acorrentada.
A criatura urra e a
plateia acima de nós fica eufórica.
Me esquivo de sua
primeira investida, as correntes travam meus movimentos, devido o
peso.
A criatura avança
novamente, me esquivo novamente e acerto um murro em seu crânio, a
criatura urra descontrolada, nesse momento salto em seu dorso e tento
estrangulá-la, a criatura se desvencilha de meu golpe, jogando-me
para a frente. Me recomponho e novamente avanço a criatura crava
suas garras em meu ombro, a dor é lancinante.
Mas agora é matar ou
morrer, pulo sobre as costas da criatura e enrolo a corrente em seu
pescoço, o monstro se debate, tenta se desvencilhar de meu ataque,
mas cada vez que a criatura se mexe, mais aperto a corrente, de
repente um estalo, e o monstro símio desaba ao solo.
Ao me levantar a
plateia acima grita ensurdecedoramente, atrás de mim a porta da
jaula se abre, ainda estou zonzo, vejo dois homens pequeninos e o
vulto de uma mulher de formas graciosas...e tudo escurece
novamente...
continua em “O reino
de Ashtar”