segunda-feira, 21 de abril de 2014

IGOR, o nômade (parte 1 - novela)

IGOR, o nômade (DENIS MENDONÇA)

I
A Fera na Neve

Seus dentes eram brilhantes;
Seus olhos cintilantes;
Sinto seu hálito forte e acre;
Ele está sobre mim;
Sufocando meu peito sobre a rocha;
Utilizo toda minha força;
Consigo me virar;
As garras de suas patas;
rasgam meus músculos.
Alcanço uma pedra, acerto seu focinho;
A fera rosna, salivando em minhas feridas.
É o tempo necessário...alcanço minha espada!
É minha última chance!
A Espada atravessa o focinho da criatura;
A fera urra ensurdecedoramente;
E tomba a meu lado.
Me levanto...a neve...a neve é espessa...
Estou nú...o frio é congelante...
Utilizo a espada e corto o couro da fera.
Visto a carcaça do monstro e sigo montanha acima...

II
As Entranhas da Montanha
Igor, um bárbaro nômade, sobrevivente do clã Cromante, Igor Cromante, tinha cabelos castanhos, pele clara, olhos verdes, mãos crispadas, corpo moldado pelo suor de inumeráveis batalhas, que levaram até o coração da montanha!!!

A montanha é ingrime;
Estou cansando;
Vejo uma gruta.
A tempestade está forte.
Sigo para as entranhas da montanha!
Que hoje se torna minha amada!
Me acolhendo como uma prostituta em sua alcova!
Quando entro, dou alguns passos...antes de desabar e apagar...
As trevas se fizeram presentes!
Desperto horas, dias depois, não sei ao certo.
Uso minha espada para me levantar...minha visão...ainda turva.
Estou dias sem comer, me sinto fraco!
Que cheiro é esse?
Sinto cheiro de carne queimada...ouço gritos!
Adentro mais a caverna...
Meus olhos se acostumaram à escuridão.
Agora além de gritos...escuto vozes!
Parece um cântico...um cântico demoníaco!
Chego mais perto, a caverna é extensa e profunda...chego a uma espécie de sacada!
E não acredito no que meus olhos veem parece um ritual, homens pequeninos, com vestimentas fantasiosas, máscaras...parece um ritual de sacrifício!
Sinto um vento atrás de mim e as trevas se fazem presentes novamente...

III
O MONSTRO DO POÇO

Igor Cromante, guerreiro nato, a curiosidade o deixou distraído...e ele sofreu as consequências...

Abro meus olhos devagar.
Sinto um cheiro desagradável...de carne pútrida;
Ao meu redor ossos humanos e corpos dilacerados...
Escuto um rosnado vindo das sombras.
Estou acorrentado...isso me deixa irritado.
Vejo aqueles olhos vermelhos que me espreitam das sombras.
As correntes são longas...consigo me levantar, ainda estou tonto;
Olho subitamente para cima e vejo uma claridade iluminada por tochas;
Há vultos humanos ao redor do que parecia ser o cume do buraco em que me encontrava.
De repente ele sai das sombras!
Demônios do Inferno!
Um ser horripilante, uma criatura produzida no inferno!
Uma mistura de símio com lobo, com 2 metros de altura, sua face desfigurada de ódio;
Tinha dentes pontudos, garras nas mãos e pés. A única coisa que nos tornava iguais é que a criatura também estava acorrentada.
A criatura urra e a plateia acima de nós fica eufórica.
Me esquivo de sua primeira investida, as correntes travam meus movimentos, devido o peso.
A criatura avança novamente, me esquivo novamente e acerto um murro em seu crânio, a criatura urra descontrolada, nesse momento salto em seu dorso e tento estrangulá-la, a criatura se desvencilha de meu golpe, jogando-me para a frente. Me recomponho e novamente avanço a criatura crava suas garras em meu ombro, a dor é lancinante.
Mas agora é matar ou morrer, pulo sobre as costas da criatura e enrolo a corrente em seu pescoço, o monstro se debate, tenta se desvencilhar de meu ataque, mas cada vez que a criatura se mexe, mais aperto a corrente, de repente um estalo, e o monstro símio desaba ao solo.
Ao me levantar a plateia acima grita ensurdecedoramente, atrás de mim a porta da jaula se abre, ainda estou zonzo, vejo dois homens pequeninos e o vulto de uma mulher de formas graciosas...e tudo escurece novamente...

continua em “O reino de Ashtar”

AMOR, AMOR, AMOR

AMOR, AMOR, AMOR (DENIS MENDONÇA)

Amor latino;
Amor desvairado;
Amor inventado;
Melhor que nunca ter tentado.
Amor ensanguentado;
Que foi torturado;
Por muito tempo aturado;
E nunca maturado.
Amor investido;
Mas apenas por um sentido.
Amor adequado;
Que te deixa magoado;
Não é adequado.
Não é apaixonado.
Amor adequado;
É amor apaixonado.
Amor em pedaços;
Não tem qualidade.
Amor respingado;
Vale menos que um pingado.
Amor marginal;
Não tem nada de original;
É radical e pode ficar mal.
Amor sem sal;
É arroz sem feijão.
Vida sem emoção;
Te deixa mal;
E dói no coração.
Amor, amor, amor...
Existem muitos!
Qual é o verdadeiro?
Somente o amor por inteiro.


São Paulo, 20/04/2014.

PENSAMENTOS E IDEIAS

PENSAMENTOS E IDEIAS (DENIS MENDONÇA)
O pensamento está no ar...
Como água devemos filtrar.
Sua sujeira retirar.
Maus pensamentos devemos anular;
Bons pensamentos devemos cultivar.

Ideias boas devemos ter;
Ideias ruins jamais ter.

Teias de amor;
Devemos tecer.
Seja no amanhecer;
entardecer;
anoitecer.

E nosso sorriso, jamais conter;
E maus pensamentos;
Tentar não ter.
Nunca reter.
Preferível jamais ter.


São Paulo, 20/04/2014.